sexta-feira, 29 de julho de 2011

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E DESGASTE EMOCIONAL



Funcionário da Policia Rodoviária Federal desde 1964, Paulo Fernando de Souza, 46 anos, é delegado sindical, representante da categoria em Rondônia e Acre. Paulinho, como é chamado pelos seus amigos e familiares, nasceu em Barra de São Francisco – ES, e mudou para Rondônia em 1988 com a família composta por seu pai, sua mãe e seus 9 irmãos. Hoje casado com a Professora Maurília Oliveira, tem dois filhos, Isabela Regina de 8 anos e Paulo Henrique de 4.

Ele diz que escolheu essa profissão por ter prestado um concurso e ter passado fácil, mas para isso estudou dia e noite e foi aprovado. E desde aquele momento, se apaixonou pela profissão. Diz também que recebe muitos elogios pelo o seu desempenho no trabalho.

Segundo Paulo um ponto positivo de seu trabalho é a prestação de serviço a sociedade, e o negativo é com certeza o grande desgaste emocional, principalmente em acidentes trágicos.

Paulinho gosta muito de ler, e o seu livro preferido é “SEM SOLIDÃO”. Ele conta que a sua mãe pegava bastante no seu pé em relação aos estudos, e por isso ele agradece a ela, pois se ela não tivesse pegado no seu pé quando ele era criança, hoje não teria a profissão e a vida que tem.

Ao ser perguntado se ele queria ter seguido outra profissão responde que se não tivesse escolhido ser policial gostaria de ser Agrônomo.

Bruna Beatriz de Souza Alves, 9º A2 / 2011

O ROUBO QUASE PERFEITO


O dia amanheceu tranquilo e calmo na cidade de Ouro Preto, todos seguiam sua rotina do dia-a-dia. De repente todos os moradores da cidade, ficaram sabendo de uma inesperável notícia, três bancos foram assaltados em uma só noite. E esse roubo ficou conhecido como “conspiração do silêncio”, porque ninguém viu ou ouviu nada naquela noite.

Marcos, Mateus e Nelma, os melhores detetives da região foram convocados pela delegada Raquel Leal para investigar o caso, em busca de vestígios e evidências. Os detetives se dividiram cada um para um banco, e começaram as investigações.

Marcos foi ao banco Bradesco e começou a interrogar o guarda que ali trabalhou na noite passada.

_ O que você estava fazendo na noite passada?

_ Eu estava dormindo...

E Marcos continuou investigando... Mateus e Nelma também interrogaram os guardas dos demais bancos, e obtiveram respostas semelhantes a do guarda do Banco Bradesco.

Mais tarde os detetives reuniram-se para tirar conclusões de suas investigações. Eles tiraram a conclusão de que os guardas dos bancos eram suspeitos a cúmplices da “Conspiração do silêncio”.

Os detetives foram falar com os três guardas juntos, e começaram a fazer varias perguntas pressionando-os até confessarem que eram cúmplices, e eles revelaram que eram os outros integrantes.

A delegada Raquel Leal ficou muito agradecida por eles terem desvendado o mistério e deu-lhes muito dinheiro.


Mateus 12 anos 8°A1 2011, Marcos 12 anos 8°A1 2011, Nelma 13 anos - 8°A1 2011

MINHA PROFISSÃO


Diego Andrade nasceu no dia nove de julho de 1988. Mora em Ouro Preto do Oeste desde criança, passou sua infância e parte da adolescência com muito sacrifício e esforço por falta de dinheiro e de boas condições trabalho.

Escolheu ser advogado pelo fato de poder ajudar as pessoas a resolverem seus conflitos e problemas com a justiça. Diego vê a advocacia como um dos fundamentos básicos para a vida, o assunto que ele gosta de estar bem informado é o da política porque acha que todos nós cidadãos brasileiros devemos estar à frente como conhecedores dos direitos e deveres.

Também gosta de ler muitos livros, e os que mais aprecia são os referente à área de direito. Nas horas vagas o que ele adoro fazer é pescar, jogar futebol, sair com amigos e participar de enduros com regularidade (Trilha).

Ele se lembra de muitas coisas da infância e da juventude, como das brincadeiras que hoje quase não se vê: pião, batata quente... As conversas com seu avô e as surras que levava de sua mãe.

Tem se vários pontos negativos e positivos sobre sua profissão; um negativo é que defende as pessoas até o último momento sejam elas erradas ou certas; positivos é que ele pode tentar ajudar das pessoas em qualquer situação como se diz “pelo justo e pelo certo”.

Milena Mota Soares 9ºA2-2011

VIDA DE EMPRESARIA




No dia 4 de julho de 1976 nasceu Maria Silva de Oliveira, nascida na Bahia, em uma área rural, tendo que dividir praticamente tudo com seus sete irmãos. Hoje é sócia de uma indústria de madeiras uma empresaria aqui em Ouro Preto.

Ela estudou até o 8º ano do Ensino Fundamental, e comentou que seu salário chega a quatro mil reais por semana. Aparentemente a relação com seus clientes e boa, ela reclama de alguns que sempre a tratam mal, querendo agir como se fosse seu chefe, mas ela não liga muito. Dona Maria trabalha com seu marido, ou seja, no seu trabalho ele é seu superior _ o único que manda nela, apesar isso raramente acontecer. A empresária diz que não gosta de lidar com seus empregados, porque se acontecer alguma coisa eles vão falar diretamente com ela e não com seu patrão.

Quando é perguntada sobre as condições de sua vida no passado ela fala que não eram boas porque sua família era muito pobre, não tinham como mandar todos os filhos para escola; então de oito crianças apenas uma terminou os estudos e cursou faculdade. Ela fala que é muito feliz no seu trabalho e o que mais gosta é que consegue dar o máximo de si e sempre faz tudo muito bem.

Por fim, Maria comenta que não deixaria jamais que o que passou na sua infância acontecer a sua filha, porque ela já deixou de comer para dar a filha, já deixou de comprar algo para dar a filha, tropeçando nas palavras ela diz que se arrepende por ficar tanto tempo no trabalho e diz que não dá a filha atenção que gostaria.

Loyane Silva Souza de Oliveira, 9ºA2 / 2011

quinta-feira, 28 de julho de 2011

UMA PROFISSÃO DE RISCO



Wirley Alves Silva tem 25 anos, nasceu em Ouro Preto do Oeste, é casado com Deyse Camila, com quem tem uma filha que se chama Ana Sophia, nascida no dia 23 de maio de 2011. Ele tem nível superior incompleto, trabalha como BOMBEIRO, e sua especialidade é ser socorrista e vistoriante técnico. Wirley fez o concurso para bombeiro em dezembro de 2005, começou o curso de formação no dia 28 de maio de 2007 e terminou em novembro de 2007. Ele foi contratado pelo Estado no dia 01 de dezembro de 2007. Diz que escolheu esta profissão porque é uma das mais aceitas pela sociedade.

O que ele mais gosta de fazer em seu trabalho é poder salvar vidas, além de estudar e ter a companhia da família ao assistir a bom filme.

O bombeiro se sente realizado profissionalmente, mas reclama do salário de dois mil e quatrocentos, que é baixo em relação ao perigo que correm.

Quando foi interrogado se em algum momento exercendo a sua profissão foi marcado profundamente, ele diz que foram muitos momentos marcantes, mas o que se recorda é do acidente de uma carreta de combustível (do Posto Dom Bosco) com um ônibus da empresa Gama transportes na BR 364 no dia 11 de julho de 2008, foi muito chocante ver todos aqueles corpos carbonizados.

Thales Emerich Bitencourt Leone, 14 anos, 9ºB1 / 2011

UMA MULHER BATALHADORA



Vera Filomena F. de Paula nasceu no dia 27 de fevereiro de 1948, no interior do Espírito Santo, na cidade de Baixo Guandu. Ela morou com os pais até os 10 anos de idade, quando resolveu morar com a tia em Governador Valadares para cursar a 1ª série do Ensino Fundamental. Depois de cursar a 1ª série, Vera voltou para a casa dos pais, permanecendo até os 15 anos, quando se mudou para a casa da tia, para cursar a 5ª série. Já aos 23 anos, ela ingressou na Faculdade de História, formou-se e virou professora de História do Ensino Fundamental. A professora conta que gostava muito de Odontologia, mas por falta de oportunidade e boas condições financeiras, escolheu História. Vera também diz que na sua época a mulher não podia sair de casa para estudar.

Ela trabalhou como auxiliar de laboratório e depois auxiliar de hospital, enquanto cursava a faculdade. Ao se lembrar da influência do pai, Vera se emociona, pois ele a incentivava a estudar para ser alguém bem sucedido na vida. “Apesar da época de ditadura, e por não ter estudo, considerava meu pai um sábio” – diz.

Vera se casou com Carlos Paulo de Paula, mudou-se para Rondônia no dia 29 de março de 1977, e ao chegar ao Estado trabalhou como administradora do INCRA antes de começar sua carreira no magistério. Hoje é aposentada do Estado e presta serviços ao Município, ganhando 1.100 reais por mês.

Fora das escolas, Vera gosta de culinária e artesanato. “Vou montar uma lanchonete” – diz. Ela gosta de ler livros de auto-estima, economia e de História. A professora acredita que viver bem e com amor faz toda a diferença.

vera.jpgMidiã Silva de Paula, 13 anos. 9º B1 / 2011.

EM PROL DA ENFERMAGEM

A paulista de Guarulhos, Daiane Letícia dos Santos, 25 anos exerce atualmente a profissão de enfermeira no Hospital Mater Dei de Ouro Preto do Oeste. Ela diz que sente muitas saudades de sua infância, principalmente de doces, cabaninha da avó, brincar de pega-pega e se esconder para não tomar banho.

A enfermeira revela que houve muitas influências na escolha de sua profissão, mas especificamente de uma tia que exercia a mesma profissão e gostava muito do que fazia, e assim Daiane encantou-se com a profissão.

Eclética, dedicada e bem sucedida- esses são elogios que ela recebe das pessoas pelo seu ótimo desempenho no trabalho, porém comenta que por um lado não é fácil, porque exige muito esforço e muita determinação, mas por outro, há várias recompensas, sobretudo a alegria e o prazer de ajudar outras pessoas a se recuperar.

Entre muitas palavras e frases especiais do vocabulário de Daiane, há uma determinante em sua vida, que a ajuda a superar barreiras e obstáculos no dia-a-dia em geral, por isso ela carrega consigo a palavra persistência, pois a faz crescer interiormente e lhe traz conforto.

Na vida da enfermeira houve muitas barreiras conte ela, entre todas deixar sua cidade, sua casa e sua família. Tudo isso foi um desafio que ela enfrentou, mas que conseguiu superar com forca e garra, pois alguém que aceita deixar tudo para ajudar os outros merece seguir em frente, de tal forma que hoje ela vive muito feliz.

Diversão e lazer são coisas que a enfermeira não abre mão, por isso ela aproveita todo seu tempo vago para escrever livros, que se trata de livros técnicos e transplante de medula óssea, uma vez que o seu Certificado de formação é de Enfermeira Padrão com residência em Oncologia, Pós-graduação em U-T-I e Cardiologia.

Outro prazer que Daiane diz ser inexplicável, sem definição é o dom de tocar bateria em sua banda de rock, que se reúne na garagem da casa de um integrante.

Para desfechar a entrevista com a enfermeira, ela diz que é muito focada em seus objetivos, e que o êxito em qualquer coisa que queremos, exige um objetivo definido, quem deseja o verdadeiro êxito na vida, deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seus esforços. Daiane também disse que tem muitos planos para o futuro, mas nada supera a idéia de ter filhos

Amanda Mendonça Rocha, 13 anos, 9º B1 28/07/2011

ROMPENDO LIMITES


Alagoano de Palmeiras dos índios (onde nasceu em 17/12), O doutor Olavo é filho de Maria do Carmo, dona de casa e Olavo R. Santos, açougueiro. Teve uma infância muito agradável, pois tinha uma família carinhosa e atenciosa, no lugar onde morava havia menos violência do que nos dias atuais, as crianças tinham mais liberdade para brincar. Gostava muito de soltar pipa e jogar futebol com seus amigos.

Para projetar sua carreira médica teve a influência de seu professor já no Ensino Médio, apesar de ter medo e pavor de passar em frente de funerárias, velórios e hospitais (uma vez que cruzava as ruas para desviar-se). Cursou o Ensino Básico em Palmeiras no Colégio de Freiras Centro Educacional Cristo Redentor (particular). Fez sua faculdade na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), onde depois se especializou em gastroenterologia e cirurgia geral, em virtude da influência dos seus mestres doutores serem desta área. Foram seis anos de faculdade mais três anos para sua especialização em gastroenterologia, cirurgia geral, cirurgias videoloparoscópica e endoscopia.

Os momentos mais marcantes da sua vida estudantil foi passar no vestibular (alegria dos pais) e em sua formatura. Como médico o momento mais marcante foi o caso do Bispo Dom Moacir Grecchi quando sofreu um acidente.

Dr. Olavo vê sua profissão como um sacerdócio, gosta do que faz, porém explica que os cursos de medicina precisam ser mais criteriosos. Se não tivesse se tornado médico, talvez tivesse seguido a profissão do pai (açougueiro).

Residente em Ouro Preto do Oeste trabalha no Hospital São Lucas (OPO), 06 de Maio em Ji-Paraná, Hospital Municipal (Ji-Paraná) e Unigastro em Jaru, sendo essa uma Clínica própria. É casado e pai de uma menina chamada (Gabriella).

Segundo DR. Olavo diz que “para conquistar plenamente a confiança de um paciente, o médico precisa demonstrar profissionalismo e ser verdadeiro em qualquer circunstância, analisar cada caso com empatia (colocar-se no lugar do outro) e sabedoria”.

No que se refere a cuidados preventivos a doenças gástricas: ter uma alimentação equilibrada, evitar frituras, alimentos condimentados e gordurosos, cigarros, bebidas alcoólicas, antiinflamatórios de modo geral e evitar nervosismo e ansiedade. As principais doenças são gastrite, doença de refluxo e úlcera. Os principais exames realizados para diagnosticar o estado do paciente variam desde os laboratoriais a exames mais abrangentes como ultrassom, tomografia, ressonância magnética e outros.

Para finalizar a entrevista ele disse a seguinte frase como conselho: “Invista em seu sonho profissional. Persista e supere todos os obstáculos. Seja um vencedor”

Karolyne Alves Colombo 13 anos, 9ºB1 / 2011.

CONTADORA


Patrícia de Azevedo Miranda, nascida em Ouro Preto do Oeste, ela tem inúmeras lembranças boas de quando era criança entre elas o fato de estar sempre com seus amigos. Patrícia comentou que o nosso Estado era muito fraco em cursos quando terminou o ensino médio, por este motivo custou achar um que gostasse.

Só que acabou se envolvendo com o Curso de Ciências Contábeis, e foi se identificando cada vez, mais. Hoje e apaixonada pela profissão.

O mais importante é que a Patrícia não se arrepende de ter feito essa escolha, trabalha e estuda muito, ela fala que não se incomoda de trabalhar muito, pois ela gosta do que faz, pois em qualquer profissão tem que estar sempre atento e atualizado na área de escolha.

E com relação às horas vagas, sempre está com sua família e amigos que conheceu na escola ou na faculdade. Comentou também que foi muito bem gasto os R$ 44.000,00 que usou para pagar a faculdade.

Jonas Neves, 15 anos - 9ªA2 / 2011

UMA PROFISSÃO PARA O FUTURO


Alois Andrade de Oliveira, nascido em Ouro Preto do Oeste Rondônia, em 15 de abril de 1984, hoje com 26 anos é o filho caçula da professora Maria Andrade e Osvaldo Mendes, além de ter três irmãos.

Estudou na Escola Adventista, Aurélio Buarque, Motivo e 28 de Novembro. É Bacharel em Sistema de Informação pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) no ano de 2008; Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Faculdade de Informática de Ouro Preto (UNEOURO) no ano de 2009; Licenciado em Informática pela Faculdade de Ciências Biomédicas (FACIMED) no ano de 2010.

Atualmente ele cursa Especialização em Informática na Educação pelo Instituto Federal de Rondônia (IFRO) e trabalha como Professor de Informática na Escola Estadual de Ensino Fundamental Joaquim Nabuco. Diz que o Salário médio nesta profissão no estado é de R$: 1.400,00. Além de prestar serviços a alguns colegas e instituições privadas, o que amplia sua renda mensal.

O bacharel julga sua profissão como excelente, apesar das dificuldades encontradas, como por exemplo: a falta de estrutura nas escolas, as condições de trabalho e má remuneração e diz que “isso depende de cada profissional”.

Lembra-se de sua infância, de sempre estar presente com a família, mas não tinha o convívio muito bom com ela, também tinha muitos amigos que brincava como uma criança qualquer. Hoje nas horas vagas gosta de ver filmes e tomar cerveja com os amigos.

André Honório de Andrade Silva, 9º A2 / 2011

SONHO DE INFÂNCIA


O experiente piloto de aeronaves, Aparecido Cavalcante de Albuquerque nasceu no dia 30 de agosto de 1972 na cidade de Cianorte – PR, ele tem inúmeras lembranças de infância, mas a que marcou foi o sítio onde morou, lá tinha uma mata enorme, com macacos que iam até o quintal da sua casa, sem contar com o igarapé onde tomava banho todos os dias.

Escolheu essa profissão porque era sonho de criança, mas hoje não tem mais certeza se era isso que queria para sua vida. Sua profissão é fascinante e ele gosta de ler revistas e dormir nas horas vagas.

Em sua profissão há muitas vantagens como viajar muito, conhecer lugares e culturas diferentes e não ter uma rotina. Como qualquer outra profissão ela tem suas desvantagens, como não estar em casa aos domingos e feriados, aniversário da namorada e ter que acordar à noite para assumir o comando de vôos. Hoje é copiloto da Trip Linhas Aéreas, com sua base em Manaus – AM.

Douglas Ayalla Duarth Araujo, 9ºA 2 /2011

QUALIDADES E DEFEITOS DE UM TEXTO ESCRITO

A BUSCA DA EXPRESSÃO[1]

Nada mais penoso para mim que a busca da expressão adequada, da propriedade vocabular. Há mil maneiras de dizer uma coisa e só uma é perfeita. Para descobri-la, a gente pode levar a vida inteira. Levei exatamente trinta anos para encontrar o final certo da novela O bom ladrão.

Acredito que escrever seja, basicamente, cortar. O supérfluo. Eliminar repetições, ecos, rimas, cacófatos, redundâncias, lugares-comuns. Mas principalmente o excesso como diz Otto (ou Unamuno, não me lembro), é preciso não duvidar da inteligência do leitor. Tenho a impressão de que, ou ele me valorizaria muito, ou passaria a ter por minha literatura o maior desprezo, se soubesse o que ela me custa: aquilo que ele levou alguns minutos para ler me custa dias, meses, às vezes anos para escrever.

Escrever, bem ou mal, é para mim cada vez mais difícil. Tenho dificuldade para escrever até um cartão de agradecimento ou um telegrama de pêsames. Certa vez Otto Lara Resende estava na redação escrevendo um artigo, quando entrou um contínuo e viu que ele batia à máquina sem copiar nada. Então se espantou:

_ Ué, doutor Otto, o senhor tem redação própria?

_ É que eu sei tudo de cor _ele respondeu.

Otto é um privilegiado: além do talento literário que Deus lhe deu, tem redação própria.

Nem por isso deixa de ser também um torturado para escrever. Temos de nos consolar com aquele achado de Paulo Mendes Campos: “Quem tem facilidade para escrever não é escritor, é orador”. Truman Capote disse que Deus, quando dá a você uma vocação, dá também um chicote que só serve para a autoflagelação. E afirmou:

_ Eu me divertia muito escrevendo. Parei de me divertir quando descobri a diferença entre escrever mal e escrever bem. Depois fiz uma descoberta ainda mais importante: a diferença entre escrever bem e a verdadeira arte. Foi brutal. Aí é que entra o chicote.

Segundo Ezra Pound, o bom escritor é o que mantém viva a eficiência da linguagem. A palavra é que impulsiona a ação. No meu caso é um meio de transmissão da idéia ou do sentimento, e não um fim em si. Portanto, deve ser transparente, cristalina. Na hora de escolher entre duas expressões, apto sempre pela mais simples. Uma oração tem sujeito, predicado e complemento. Mesmo me afastando dessa ordem, procuro não perder de vista. E, sobretudo, tomo cuidado com os complementos. As regras do estilo, para mim, continuam as de sempre: clareza, concisão, simplicidade.

E a simplicidade, a inspiração em tudo isso? Esta deve ser livre, pura, espontânea como uma criança. Nenhuma preocupação deve interferir. No momento de saber as horas, não se deve desmontar o relógio para ver como funciona. Tudo pode acontecer quando o escritor se senta diante da folha em branco. Só não vale blefar: é jogar para ganhar ou perder. É a sua hora da verdade. A hora do encontro consigo mesmo, de que falei.

Ou, como dizia o Viramundo: a hora de a onça beber água.

(Fernando Sabino. O tabuleiro de damas. 3 ed. Rio de Janeiro; Record,1988. P.45-47.)



[1] Título atribuído pelas autoras Dileta Delmanto e Maria da conceição Castro (Livro 8º ano, p 113 e 114) por questões didáticas.